O SONO – SALA DE JANTAR
Começa a escurecer no
Recife* e por entre o asfalto molhado escorre o peso de um longo dia. Os olhos
quase fechando, o corpo quase se entregando ao aconchego; ao descanso.
Madrugada à dentro
transito pela casa em movimento pendular. Com os olhos vermelhos, quase
fechando, eu caminho até minhas baterias se esgotarem. A geladeira vibra e seu
ruído ecoa no silêncio da sala de jantar. O cachorro vem andando lentamente
pela casa, suas unhas dançam pelo piso criando sons curtos e finos.
A cama me espera. O
grande momento de reflexão humana me espera:
O
Sono.
Lembranças, ideias,
esquecimento... Tudo isso permeia meu travesseiro.
Meu lençol, hoje fino,
me acolhe bem e me protege dos monstros. É... ele nina meus sonhos, esperando
te encontrar e assim, finalmente esse poema conseguir terminar.
A chuva tenta cair...
aos poucos os pingos descem, salpicando em meu telhado. Minha cabeça cansada
organiza todos os sons e de um modo quase automático ela me guia até o quarto,
me deixando pronto pra fugir.
*Esse
“Recife” que eu falo não é necessariamente a cidade, mas a o meu dia.
0 comentários:
Postar um comentário